O estrangeiro, de Albert Camus, é capaz de refletir o que existe de mais bizarro no interior do ser humano. Os absurdos, entretanto, são tão factíveis que causam no leitor um desconforto desconcertante.
Clube de Leitura: O estrangeiro – Albert Camus
Data: 24 de fevereiro
Horário: às 15h
Inscrições: dias 22 e 23 de fevereiro
As inscrições podem ser feitas das 9h às 17h pelos telefones do SINESP 3255-9794 e 3116-8400 e pelo WhatsApp 3116-8400.
Narrador-personagem de Camus provoca estranhamento e curiosidade no leitor
Lançado em 1942, sob a sombra da Segunda Guerra Mundial, pelo filósofo e escritor argelino Albert Camus, O estrangeiro é uma obra ambientada na Argélia e narrada em primeira pessoa pela personagem Meursault, funcionário de um escritório na capital do país, Argel. À época da concepção e do lançamento do livro, o país ainda era uma colônia francesa.
Meursault é capaz de despertar sentimentos controversos no leitor e, a depender da análise, pode ser tanto um herói quanto um anti-herói.
Já no começo da leitura, a indiferença da personagem diante da morte da própria mãe, no asilo em que havia sido deixada por ele, causa desconforto. Ele mal sabe o dia exato da morte, não derrama uma lágrima no funeral e logo depois de enterrá-la entrega-se aos prazeres banais da vida como se nada tivesse ocorrido.
Esse “tanto faz” quase niilista de Meursault o persegue por todo o livro. Ele não tem emoções extremadas de tristeza ou felicidade, não demonstra qualquer interesse político, artístico, intelectual e se distrai com frugalidades.
Nem mesmo o cometimento de um crime gravíssimo e a ida ao banco dos réus, que seria um fato traumático para qualquer um, afetam a personagem do escritor argelino.
Albert Camus, ganhador do Nobel de Literatura pelo conjunto da obra em 1957, abre os trabalhos do Clube de Leitura em 2023.
#JunteSeAoCFCL no debate dessa obra-prima da literatura mundial.
Imagem: Reprodução