Além de evitar a contaminação por Covid-19, é importante também se prevenir das inúmeras informações e explicações erradas que circulam por aí, principalmente pelas redes sociais. Para oferecer uma espécie de imunidade informativa, o Vidya Academics, grupo de divulgação científica formado por alunos e docentes da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, em parceria com o Pretty Much Science, acaba de lançar o Coronavírus – Manual das Fake News.
A partir do check-list, fake news de outras áreas também – como Política e História – podem ser checadas ou pelo menos identificadas antes de serem disseminadas. De acordo com os organizadores, trata-se de uma ferramenta para instrumentalizar tanto a comunidade acadêmica quanto a população em geral sobre como combater a disseminação de notícias falsas. O manual tem versão em inglês.
>>> Clique aqui para ler o Coronavírus – Manual das Fake News na íntegra
Check-list dos 20 pontos para se proteger de Fake news
1. Espere um momento e pense. Não acredite imediatamente nem saia compartilhando por aí.
2. Suspeite de conteúdos que causem reações emocionais muito fortes. As notícias inventadas são feitas para causar surpresas ou rejeição.
3. O conteúdo confirma uma crença sua? Desconfie.
4. A notícia pede para você confiar, porque a “mídia” quer esconder o fato? Desconfie.
5. Confie em especialistas da área.
6. Leia toda a matéria, não somente o título. Muitas notícias falsas têm erros gramaticais ou de digitação. Também podem fazer afirmações absolutas sem citar fontes ou trazer informações que se contradizem.
7. Pesquise o título no Google. Se for verdade, é provável que outras mídias já tenham compartilhado. Se for falso, alguns sites verificadores de dados já podem ter checado a veracidade. Sites: Fato ou Fake, Agência Lupa, Aos Fatos e Boatos.org etc.
8. Descubra a fonte. É uma corrente do whatsapp sem autoria? Cita uma fonte legítima? Pesquise o nome da mídia ou do autor no Google para ver o que mais essa pessoa fez e em qual mídia trabalha. Preste atenção se o site que publicou as notícias tem um viés fortemente ideológico.
9. Confira os dados. Se há depoimento de uma autoridade, resultados de pesquisa, datas, números e índices, essas informações podem ser conferidas no Google e provavelmente outros veículos já divulgaram.
10. Verifique o contexto. Algumas fake news divulgam informações do passado como acontecimentos atuais. Observe se o contexto faz sentido.
11. Recebeu uma foto que conta uma história? Você pode fazer uma pesquisa “inversa” de imagens e ver se outros sites a reproduziram. Salve a foto no seu computador e faça o upload no Images Google (clique aqui para pesquisar) ou no Reverse Image Search (clique aqui para pesquisar).
12. Recebeu um áudio ou vídeo? Tente pesquisar o conteúdo na internet usando palavras-chave “whatsapp” ou a plataforma que você recebeu essa mídia.
13. Desconfie de experiências pessoais. As experiências pessoais (evidências anedóticas) não têm validade científica alguma em comparação a estudos com um grande número de pessoas, porque podem ter ocorrido ao acaso ou a conclusão tirada pelo autor está errada.
14. Correlação não é causa. Geralmente, em experiências pessoais ou até em alguns estudos, uma correlação é estabelecida entre eventos comuns: “quanto mais eu tomo isso, menos mal eu fico”. No entanto, correlação não implica causa. Correlações são simplistas e insuficientes.
15. Denuncie a publicação ou o contato. As redes sociais como Twitter, Facebook, Instagram e Whatsapp estão melhorando suas políticas de checagem de conteúdo. Denuncie a postagem ou o contato (Whatsapp) para a própria rede social ou compartilhe a postagem em grupos de checagem de fatos.
16. Desconfie de textos em CAIXA ALTA. Tudo que chama a sua atenção demais tem que ser visto com cuidado.
17. Conheça as principais pseudociências e conspirações para ajudar a combatê-las. Uma boa descrição delas pode ser encontrada no Wikipedia e na Revista Questão de Ciência.
18. Participe dos grupos sobre Ciências nas redes sociais. Grupos são excelentes para tirar dúvidas sobre temas que você não domina. Não tenha medo: Cientistas adoram tirar dúvidas!
19. Desconfie do uso excessivo de emojis. Uma linguagem muito simples sempre é usada para atingir as pessoas mais vulneráveis.
20. Desconfie de afirmações muito inéditas. Fake news costumam descredibilizar informação, autoridade e instituição já consolidadas.
Grupo da USP de Ribeirão Preto revela a anatomia das fake news em manual
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